São Paulo nos Caminhos de Padre Ibiapina (1º Dia)

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Graças a este blog, desde sexta-feira estou fazendo os caminhos do Padre Ibiapina com três pessoas maravilhosas; duas paulistas e uma paraibana, Sofia é coreana e desde 77 mora em São Paulo, tem 60 anos, sua amiga Ana é paulista de nascimento e com seus 64 anos esbanja juventude e muita disposição, foi Sofia que achou meu blog e fez o contato há quase três meses. Enfim chegou o dia 30 de novembro (sexta) e nos encontramos em Guarabira, antes elas passaram por João Pessoa onde permaneceram por um dia na casa da outra amiga a Fábia, encontrei as três às 6 da manhã em Guarabira onde começa os caminhos. Seguimos para o nosso destino final do primeiro dia, o  Cruzeiro de Roma, onde passaríamos a primeira noite, não relatarei com detalhes todo percurso, mas é importante registrar os principais fatos. Começamos em cima da Serra da Jurema e logo depois iniciamos a  descida para Pirpirituba,  até então nimguém havia reclamado nada, primeiros quilomêtros só descida e reta até depois da cidade de Piripirituba, de lá começamos a subir em direção a Cachoeira do Roncador, não é tão íngreme, mas o problema foi o sol que começou a nos castigar e as reclamações começaram também(rs), Sofia e Ana foram as que mais sofreram, embora ambas tenha muito experiência em caminhar por longos dias, elas já haviam feito os caminhos de Saniago de Compostela, são 900km caminhando por 35 dias e outros caminhos pelo Brasil e Machu Pichu, mas o sol não levou nada disso em consideração, ele castigou sem dó, mas enfim chegamos na cachoeira as 13:30h, deu tempo até pra cochilar numa cama improvisada com cadeiras do restaurante de dona Lurdes, depois de alguns roncos ,almoçamos e seguimos nosso caminho, passamos pela cachoeira e subimos uma ladeira ou melhor fizemos quase uma escalada (rsrs), Ana não gostou muito porque ela tem medo de altura, mas nada que uma ajudinha não resolvesse, chegamos no Cruzeiro de Roma por volta das 18:30h, tomamos banho, jantamos e fomos dormir, mas antes contemplamos a bela vista que a localização do cruzeiro nos proporciona, dá pra observar as luzes de mais de 15 municípios, inclusive do Rio Grande do Norte.

Os Caminhos de Padre Ibiapina

Santuário de Santa Fé

Inspirado nos caminhos de Santiago de Compostela, os Caminhos de Padre Ibiapina que foi desenvolvido pela OSCIP Para’íwa com financiamento do Governo do Estado, PBTur e SEBRAE, tentam resgatar os lugares em que o padre mestre passou durante suas peregrinações no nordeste entre 1856 e 1863. Todas as rotas partem do memorial Frei Damião até o Santuário de Padre Ibiapina em Solânea, local onde o padre se encontra sepultado, o caminho via Cruzeiro de Roma (60km) é o único que foi aberto e que já existe um bom fluxo de andarilhos. No primeiro dia de trilha, o peregrino percorre 25km passando pela Cahoeira do Roncador (almoço) até o Cruzeiro de Roma,  onde encontrará um lugar pra jantar, dormir e tomar o café-da-manhã, no segundo dia, bem cedo, o objetivo é chegar até Solânea passando pelo engenho da cachaça Rainha, Mata de Goiamunduba e Universidade Federal da Paraíba, são 15km até o centro da cidade, a idéia é almoçar e depois procurar um hotel pra passar a tarde e a noite dormindo, já no último dia serão 20km até o Santuário de Padre Ibiapina em Solânea. Recomenda-se que contrate guia para que não possa haver infortúnios durante o trajeto, o caminho tem muitas ecruzilhadas que podem confudir. Embora o roteiro seja longo, há apenas um trecho com nível moderado, mas é obvio que o andarilho precisa de um certo preparo físico e muita disposição.

Como símbolo do projeto foi escolhido a Flor do Cedro, árvore que dá sombra ao memorial de Padre Ibiapina em Santa Fé. A Flor do Cedro tem uma rara beleza que só desabrocha após secar. Num outro momento falarei um pouco sobre a vida e a obra do Padre Ibiapina.